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quinta-feira, 8 de junho de 2017

Conab: A safra de grãos 2016/2017 pode chegar ao recorde de 234,3 milhões de toneladas.

A safra de grãos 2016/2017 pode chegar ao recorde de 234,3 milhões de toneladas, com aumento de 25,6% (47,7 milhões de toneladas) em relação à safra passada. A nona estimativa, realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), foi divulgada hoje (8), em Brasília.

Os responsáveis pela supersafra atual foram o crescimento de área e as produtividades médias, informou a Conab. A previsão é de ampliação de 3,7% na área total, podendo chegar a 60,5 milhões de hectares, incluídas as culturas de segunda e terceira safras e as de inverno.

A produção da soja deve crescer 19,4% atingindo 113,9 milhões de toneladas, com ampliação de 1,9% na área plantada estimada em 33,9 milhões de hectares. No caso do milho total, a produção deve alcançar 93,8 milhões de toneladas, 41% acima da safra 2015/2016.

http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2017-06/conab-diz-que-safra-de-graos-pode-ser-recorde-com-2343-milhoes-de-toneladas

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Bayer e Monsanto criarão líder global na agricultura: US$ 66 bilhões!

A operação é a realização de uma visão compartilhada de ofertas agrícolas integradas que levam aos produtores soluções melhoradas, além de criar um motor em inovação para a próxima geração da agricultura; US$ 128 por ação em uma operação à vista, o que representa um prêmio de 44% para os acionistas da Monsanto e um valor agregado de US$ 66 bilhões;Criação de valor significativo, com sinergias anuais esperadas em cerca de US$ 1,5 bilhão após o terceiro ano, além de sinergias adicionais derivadas de soluções integradas em anos futuros; Os acionistas da Bayer devem se beneficiar de um acréscimo ao LPA básico no primeiro ano completo após o fechamento e de um acréscimo de dois dígitos percentuais no terceiro ano completo; Compromisso em manter forte presença nos EUA com a sede combinada global e norte-americana para o negócio de Sementes & Traits em St. Louis.

Leverkusen / St. Louis, 14 de setembro de 2016 - A Bayer e a Monsanto anunciaram hoje que assinaram um contrato de fusão definitiva sob o qual a Bayer vai adquirir a Monsanto por US$ 128 por ação em uma operação à vista. O Conselho de Administração da Monsanto, o Conselho de Administração da Bayer e o Conselho Fiscal da Bayer aprovaram o contrato por unanimidade. Com base no preço de fechamento das ações da Monsanto em 9 de maio de 2016, dia anterior à primeira proposta feita por escrito pela Bayer à Monsanto, a oferta representa um prêmio de 44% sobre tal preço.

"Temos o prazer de anunciar a combinação de nossas duas grandes organizações. Isso representa um grande passo para nosso negócio Crop Science e reforça a posição de liderança global da Bayer como empresa de Ciências da Vida, impulsionada pela inovação e que ocupa posições de liderança em seus principais segmentos, entregando valor substancial aos acionistas, clientes, funcionários e à sociedade em geral", disse Werner Baumann, CEO da Bayer AG.

"O anúncio de hoje é prova de tudo que conseguimos realizar e do valor que criamos para os nossos stakeholders na Monsanto. Acreditamos que a fusão com a Bayer traz muito valor aos nossos acionistas, principalmente por conta da contraprestação à vista", disse Hugh Grant, presidente e CEO da Monsanto.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Agropecuária ajuda a conter perdas de vagas em junho, segundo Caged.

O emprego formal apresentou em junho recuo na trajetória de perda de postos de trabalho, na comparação igual mês de 2015. No mês, a retração na geração de postos de trabalho foi de 0,23%, na comparação com maio, com saldo negativo de 91.032 vagas. A perda, entretanto, foi significativamente menor do que a registrada em junho de 2015, quando houve o fechamento de 111.199 vagas formais.

Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho. O saldo de junho foi oriundo de 1.204.763 admissões contra 1.295.795 desligamentos. No acumulado do ano, o nível de emprego formal apresentou declínio de 1,34%, correspondendo à perda de 531.765 postos de trabalho. Nos últimos 12 meses, o recuo foi de 1.765.024 empregos, retração de 4,31%. Com o resultado, o estoque de emprego para o mês alcançou 39.161.285 trabalhadores com carteira de trabalho assinada no país.

Segundo o levantamento, dois setores apresentaram saldo positivo de geração de empregos no mês. A Agropecuária, com a criação de 38.630 postos de trabalho, crescimento que, segundo o Ministério do Trabalho, relaciona-se a fatores sazonais ligados: ao cultivo do café, principalmente nos estados de Minas Gerais, responsável por 12.895 postos; atividades de apoio a agricultura em São Paulo, com saldo positivo de 7.292 vagas, e, nesse mesmo estado, o cultivo de laranja, que gerou 5.986 postos.

Além da Agricultura, a Administração Pública também apresentou saldo positivo, com geração de 790 postos no mês, invertendo o resultado negativo de 704 postos verificado em junho de 2015. Já o setor de Serviços teve perda de 42.678 vagas em junho, representando a maior queda setorial no mês, seguido por Indústria de Transformação, que encerrou 31.102 postos no mesmo intervalo.

Dados estaduais - O emprego formal apresentou resultado positivo em oito estados brasileiros, com destaque para Minas Gerais (4.567), Goiás (3.369) e Mato Grosso (2.589). A maior queda no nível de emprego formal foi registrada em São Paulo (-29.915), influenciada pela queda de postos de trabalho na Construção Civil (-8.447) e no Comércio Varejista (-5.561). Houve também perda de vagas no Rio de Janeiro (-15.748) e Rio Grande do Sul (-10.340).

Assessoria de Imprensa
Ministério do Trabalho


segunda-feira, 27 de junho de 2016

O instável PIB da agropecuária brasileira.

Apesar de recentes indicadores fortalecerem o otimismo com vista a economia brasileira iniciar no segundo semestre deste 2016 um processo gradual de recuperação, fato é que o Brasil continua em crise. 

E avaliando especificamente o desempenho do PIB agropecuário no período de 2007 a 2017 (estimado), a tendência confirma, infelizmente, uma década de crescimentos e quedas, sinal de um país, no mínimo, sem direção!

domingo, 8 de maio de 2016

Agronegócio: a resiliência dos campos.

Na revista América Economia, uma matéria especial sobre o agronegócio brasileiro

Por Felix Ventura e Nicole Briones, de São Paulo

Diante da atual conjuntura de retração econômica nacional, o setor do agronegócio vence sua prova de resistência conservando a integridade de seus resultados. Segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), seu desempenho na economia brasileira em 2015 respondeu por 23% do Produto Interno Bruto (PIB) ante 21,4% no ano de 2014. Denominado “PIB do agronegócio”, que engloba a geração de riquezas em todas as cadeias do segmento agropecuário, desde a produção nas fazendas até as de insumos, o percentual de crescimento mesmo abaixo do esperado, mantém as expectativas e a crença na estabilidade.
De acordo com o conselheiro e economista do Conselho Regional de Economia (Corecon) Afonso Baptista, as projeções de expansão para o PIB em 2016 apontam para um percentual em torno de 24%. “Algumas culturas foram especialmente prejudicadas como a do milho. Com a alta do dólar, os insumos que são importados como o adubo, oneram em muito o custo de produção. Outro fator preocupante para o mercado interno é a crescente exportação deste item. O Brasil consegue praticar um preço mais atraente que a concorrência norte-americana e, portanto, tem exportado mais. Tal fato pode causar a falta do produto para consumo nacional”, explica.

O economista destaca que a falta de alguns itens tais como o milho, podem causar um desequilíbrio sistêmico e afetar outras cadeias produtivas como o setor pecuário (em particular, suínos e aves). Em contrapartida, o cultivo de outros produtos deve se beneficiar amplamente em relação aos resultados do ano anterior e com projeções muito animadoras. “A cebola deve alcançar um crescimento de 116%, a batata 16%, laranja 9%, café 4%, cana-de-açúcar e fumo 1%”, diz Baptista.
No entanto, vários outros aspectos devem ser considerados e vistos como impeditivos ao pleno desenvolvimento do agronegócio. Questões concernentes à infraestrutura e logística de transportes, podem encarecer ainda mais o preço dos produtos finais ao consumidor. “Temos não só no Mato Grosso, mas como em vários lugares do Brasil, estradas em péssimas condições de conservação, pedágios caros, aumento no preço do óleo diesel e também, os problemas de logística e embarque nos portos de Santos e Paranaguá”, fundamenta o economista, estendendo a observação aos desperdícios pontuais causados pelo custo elevado do frete que inviabiliza o escoamento da produção e das consequentes perdas por falta de armazenamento adequado.
O agronegócio teve um saldo positivo de 75 mil vagas criadas de janeiro a outubro de 2015 com uma margem próxima a 40% dos trabalhadores empregados no país contrastando duramente com a demissão massiva de milhares de pessoas no ramo industrial. “Desde as épocas da implementação do Plano Real, o agronegócio vem segurando nossa balança comercial e produzindo resultados positivos, porém, alguns fatos pontuais como a queda de 9% na taxa de importação de soja pela China no ano de 2016 desacelera o ritmo do faturamento brasileiro” diz Baptista.
A instabilidade cambial dos últimos tempos afetou também o segmento agropecuário que em períodos de maior solidez nos resultados, fechou contratos de grande relevância com a Ásia e o Oriente Médio. “O que mais nos preocupa é a oscilação do câmbio, em especial do dólar. Isso influencia no estabelecimento de contratos que podem ficar deficitários. O problema é estipular um parâmetro para a transação e ter que executar uma ação em outro”, avalia o pecuarista e diretor responsável pelo Programa de Melhoramento Genético das Raças Zebuínas (PMGZ) Frederico Mendes.
O pecuarista é candidato à diretoria da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) com eleições previstas para agosto de 2016. “Sendo uma entidade com 22 mil associados, a ABCZ tem 82 anos de história e presta serviços na área de registro, melhoramento genético e fomento das raças zebuínas”, expõe. Sobre as perspectivas de exportação, ele comenta que existe uma grande oportunidade na consolidação de vendas de carne in natura ao mercado norte-americano. “Acreditamos que após essa abertura de comércio entre os dois países e seu estabelecimento efetivo, ganharemos vários outros mercados, justo pelo alto grau de exigência imposto pelos Estados Unidos”, completa.
Enquanto houver projeção de queda para o dólar, o custo de produção nas fazendas não deve ser prejudicado. Como parte dos insumos utilizados pela agropecuária são importados, existe uma constante preocupação com a flutuação cambial. “As indústrias frigoríficas devem ser as mais penalizadas por essas variações já que fecharam contrato sobre determinada base de câmbio e agora terão que industrializar em outra base”, pontua Mendes.
Um dos principais desafios empreendidos pela ABCZ é a disponibilização dos recursos de alta tecnologia para pequenos e médios produtores rurais. “Nossas iniciativas já são comparáveis as de países desenvolvidos, porém, os grandes produtores são os primeiros a desfrutar dos benefícios. Acreditamos que o grande impacto se dará quando atingirmos os pequenos e médios que constituem a base da cadeia produtiva”, expõe o pecuarista.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) presidida pelo deputado federal Marcos Montes do Partido Social Democrático (PSD-MG) obteve vitórias importantes com a aprovação do código florestal brasileiro que foi internacionalmente reconhecido. Existe também um trabalho pautado na defesa da comunidade indígena contra entidades nacionais e internacionais que usam a causa na obtenção de benefícios próprios. “Várias entidades estrangeiras se infiltram no Brasil para criar um ambiente de insegurança jurídica com o propósito de tirar o país da vanguarda do agronegócio”, reporta o deputado.
Segundo Montes, a produção agrícola nacional já ultrapassa a marca de 210 milhões de toneladas este ano e mantém seu crescimento mais pelo uso de insumos tecnológicos do que pela expansão da área plantada. Um dos problemas de maior intensidade citado pelo deputado foi a questão dos embates políticos que funcionam como limitadores ao progresso do setor. “Como o governo não tem uma estratégia de relacionamento com o parlamento para exercer uma governabilidade forte, fato que em muito prejudica vários segmentos, entre eles, o agronegócio, observamos um círculo vicioso onde uma crise política alimenta uma crise econômica”, argumenta.

sábado, 23 de abril de 2016

A importância do agronegócio na economia brasileira.


Em que pese a queda no total das exportações brasileiras com relação ao pico no  ano de 2011 (US$ 256 bilhões), as últimas projeções indicam que em 2016 o total possa chegar a quase US$ 200 bilhões.    

Enquanto isso, no período de 2007 a 2015 as exportações do agronegócio mantiveram um ritmo mais constante de crescimento, o que deverá ainda aumentar ao final deste 2016 devido a valorização do dólar frente ao Real.   

O PIB estimado do Brasil para 2016 deverá ter uma contração maior que os 3,8% de 2015, porém o mercado prevê que a participação da agropecuária no PIB passe dos 1,8% de 2015 para 2,0% em 2016 e para isso, exportar ainda é uma boa solução.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Estadão: "A Pujança do Campo".

Editorial do ESTADÃO e os positivos números do agronegócio brasileiro. 
Enfim, para não dizer que não falamos das flores... 
Um abraço a todos os colegas da ESALQ, sinônimo de bons estudos. 
No meio da crise política e moral que congela os investimentos, paralisa os programas de expansão das empresas, reduz o consumo e faz a economia encolher, as raras notícias animadoras continuam a vir do campo. Depois de a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ter anunciado os números do mais recente levantamento da produção de grãos da safra 2015-2016, estimando-a em 209 milhões de toneladas – novo recorde do setor –, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) mostrou que, em março, o agronegócio respondeu por mais da metade de todas as nossas exportações. São demonstrações da extraordinária resistência do agronegócio, que, mesmo pressionado internamente pela crise e externamente pela queda dos preços de seus principais itens de exportação, continua a crescer e, assim, a evitar o aprofundamento de uma recessão que já lançou milhões de brasileiros no desemprego e gera dificuldades crescentes para os negócios.
As exportações de US$ 8,35 bilhões do agronegócio em março, um recorde para o mês em toda a série histórica iniciada em 1997, corresponderam a 52% do total exportado pelo País. Só esse dado bastaria para mostrar a pujança da atividade rural e dos setores industriais a ela vinculados. O desempenho se torna ainda mais notável quando se leva em conta o fato de que, de acordo com o índice de preços dos alimentos elaborado pelo Fundo Monetário Internacional – que inclui cereais, óleos vegetais, carnes, frutos do mar, açúcar, bananas e laranjas –, as cotações estão atualmente 30% abaixo do valor recorde registrado em fevereiro de 2011.
Apesar da queda generalizada e acentuada dos preços médios dos produtos exportados pelo agronegócio, o Brasil está conseguindo aumentar suas exportações em valor, porque tem aumentado o volume médio exportado. É uma demonstração de competitividade do setor e da qualidade de seus produtos, como observou a secretária de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério, Tatiana Palermo.
No primeiro trimestre do ano, as exportações do agronegócio alcançaram US$ 20,03 bilhões, com alta de 8,7% em relação a igual período de 2015. O saldo comercial do setor nos primeiros três meses do ano alcançou US$ 17 bilhões.
Esse resultado foi essencial para que a balança comercial total registrasse, no trimestre, saldo de US$ 8,39 bilhões, o maior para o período desde 2007. Enquanto o comércio externo de outros setores da economia brasileira patina, o do agronegócio cresce a velocidades muito altas. Como a Organização Mundial do Comércio (OMC) projeta aumento de 2,7% do comércio mundial neste ano, “crescemos três vezes mais”, observou a secretária do Ministério da Agricultura.
Nos três primeiros meses do ano, as exportações do complexo soja somaram US$ 5,13 bilhões e as de carnes alcançaram US$ 3,21 bilhões (o principal produto foi o frango). Também se destacaram as vendas externas de milho, cuja receita alcançou US$ 1,97 bilhão.
Ao mesmo tempo que tem sustentado os bons resultados da balança comercial, compensando largamente o recuo das exportações de minério de ferro, petróleo em bruto e artigos manufaturados, o bom desempenho da agricultura tem sido essencial para evitar problemas de abastecimento de produtos básicos para o mercado doméstico. Um bom exemplo é o do feijão da primeira safra, que ganhou produtividade. Mesmo com menor área de cultivo, a produção deve chegar a 1,2 milhão de toneladas, maior que o da colheita anterior (1,1 milhão de toneladas).
São números que justificam a avaliação da secretária do Ministério, de que “o setor agropecuário se tornou essencial para o crescimento da economia brasileira”. É o resultado de um longo e persistente trabalho dos produtores rurais em busca de maior eficiência operacional, com o uso de técnicas de gestão e de produção atualizadas. Pode-se imaginar os ganhos que o País poderia alcançar se esse setor essencial da economia dispusesse da infraestrutura adequada para escoar sua produção.

sábado, 21 de março de 2015

O que o mundo espera do agronegócio? Marcos Jank responde.

Com excelente conhecimento e didática, Marcos Sawaya Jank na FOLHA DE S. PAULO demonstra "O que o mundo espera do agronegócio".

Ninguém mais duvida de que o Brasil é hoje uma das maiores potências agrícolas do planeta. Graças a agricultores competentes e investimentos em tecnologia tropical, tornamo-nos líderes globais em importantes commodities. Grãos, açúcar, café e algodão são exportados com base em cotações de Bolsas e chegam a mais de 200 países.

Mas a pergunta que fica é: estamos conseguindo entender e atender as expectativas de nossos consumidores finais? Nosso único papel é vender commodities ou há outras oportunidades que não estão sendo exploradas?

Vejo hoje quatro grandes vetores que puxam a demanda do agronegócio no mundo. Nos países pobres, a preocupação central é a "segurança alimentar" da população no sentido mais clássico ("food security") --oferta crescente de alimentos a preços acessíveis.

Quase 1 bilhão de pessoas ainda passa fome no mundo. Na Ásia e na África, mais da metade da população vive em condições precárias de subsistência em pequenas propriedades no campo, sem conhecimento, tecnologia e acesso a mercados.

Para esse imenso grupo, a palavra mágica é "produtividade", obtida pelo aumento do rendimento e escala da produção doméstica, ou pela maior abertura para importações competitivas, reduzindo as barreiras que hoje impedem o comércio. Esse é o segmento em que o Brasil se posiciona muito bem desde que existe, primeiro em produtos tropicais, depois nas grandes commodities da alimentação mundial.

Na sequência, vem outro vetor ainda pouco explorado pelo agronegócio brasileiro: a questão da "segurança do alimento" ("food safety"). Cresce o número de países cuja preocupação central não é mais a quantidade produzida no campo, mas sim a qualidade dos alimentos que chegam à mesa dos consumidores. Aqui o que interessa não é volume, mas sim sanidade comprovada, armazenagem adequada, distribuição rápida, certificação, rastreabilidade etc. Em suma, o consumidor quer ter certeza quanto à qualidade do alimento que vai comer e, para isso, a palavra mágica é "segurança da cadeia de suprimento".

A China deve ser o país em que essa preocupação é hoje mais intensa. O Brasil possui cadeias produtivas consolidadas e bem coordenadas que chegam com eficiência à mesa do consumidor doméstico. Porém, na exportação, com raras exceções, ainda não conseguimos ir além da venda de commodities básicas sem grande diferenciação.

Países de renda média de América Latina, Leste Europeu e alguns asiáticos se encontram no terceiro grupo. Aqui a palavra forte é "valor adicionado", traduzido em segmentação e variedade de produtos, criação de marcas globais, conveniência, sabores, embalagens e logística eficiente.

Oferecer ao consumidor produtos confiáveis, acessíveis, saborosos, de alta qualidade, na hora certa. Este é o estágio em que estamos no mercado interno. Mas no exterior ainda há muito por ser feito, principalmente entre o processamento e o consumidor final. Reside aí a maior oportunidade de internacionalização da cadeia de valor que o agronegócio brasileiro tem hoje.

No quarto grupo, estão consumidores de renda maior, que, na maioria dos casos, vivem em países desenvolvidos em que a dimensão preço x qualidade x variedade já foi conquistada. Para esses consumidores mais ricos, o que interessa são "novas demandas" do tipo de alimentos produzidos localmente, próximos à região de consumo, com mínimo impacto ambiental e menor uso de tecnologia --orgânicos, sem antibióticos, sem transgênicos, sem instalações fechadas. Exigências que costumam elevar o preço do produto.

Esses quatro vetores definem demandas com diferentes comportamentos e velocidades, às vezes em direções opostas. Por exemplo, enquanto o primeiro grupo busca o aumento da produtividade por meio da maior tecnificação da produção, o quarto grupo está disposto a pagar mais por alimentos produzidos com menor intensidade tecnológica.

Cabe às empresas entender esse quadro e buscar satisfazer seus diferentes grupos de clientes e consumidores. Cabe aos países entender as diferentes dimensões da demanda global por alimentos e gerar as políticas e as regulações adequadas.

Claramente cumprimos um papel relevante no suprimento global de commodities. Mas será que estamos nos organizando adequadamente para aproveitar as fantásticas oportunidades que o mundo nos oferece?


domingo, 3 de agosto de 2014

A importância do agronegócio brasileiro.

Uma ótima notícia para os colegas da ESALQ - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz e para o PIB brasileiro, segundo recentes dados da CNA - Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. 
Em junho as exportações agropecuárias conseguiram um bom resultado superando o mesmo período de 2013. As exportações, com receita de US$ 9,61 bilhões cresceram 4,7% se comparadas com o ano passado. O saldo na balança do setor de junho foi de US$ 8,40 bi, um crescimento de 6,3% em relação a junho de 2013, graças também às importações do brasileiras que diminuíram 3,8% no mês.
O valor exportado acumulado no ano, com US$ 49,1 bilhões, teve queda de 0,9% O saldo positivo acumulado no ano foi de US$ 40,8 bilhões, 1,2% menor que o mesmo período do ano passado.
Os demais produtos brasileiros fora do agronegócio tiveram uma expressiva e preocupante queda de 9,2% nas exportações (de US$ 11,9 bi em 2013, para US$ 10,8 bi em 2014), o que levou a participação do setor nas exportações alcançar incríveis 47% em relação as exportações totais do Brasil, ou seja, o agro foi responsável em mais um mês por quase metade de tudo que o Brasil exportou.
O saldo da balança comercial brasileira se recuperou e apresentou um superávit de US$ 2,37 bilhões no mês de junho, porém no acumulado do ano o país teve um déficit de US$ 2,49 bilhões. Se não fosse o agronegócio, a balança comercial brasileira teria um déficit de US$ 43,3 bilhões acumulados no ano, ou seja, mais uma vez o agro evitou um desastre maior na economia brasileira.
Neste junho, os 10 campeões no aumento das exportações em relação a 2013 foram respectivamente: farelo de soja (aumentou US$ 299,9 milhões em relação a junho de 2013), café verde (US$ 159,9 mi), soja em grãos (US$ 136,2 mi), carne bovina in natura (US$ 84,2 mi), carne suína in natura (US$ 68,9 mi), couros/peles bovinos preparados (US$ 28,0 mi), outros couros/peles bovinos curtidos (US$ 24,5 mi), celulose (US$ 22,1 mi), arroz (US$ 16,2 mi) e algodão não cardado nem penteado (US$ 15,3 mi). Estes 10 juntos foram responsáveis por um aumento de aproximadamente US$ 855,1 milhões nas exportações do agro de junho.
A variação dos preços médios (US$/tonelada) foram as seguintes: carne suína in natura (56,9%), outros couros/peles bovinos curtidos (35,1%), café verde (16,9%), farelo de soja (11,9%), couros/peles bovinos preparados (11,6), carne bovina in natura (8,5%), algodão não cardado nem penteado (6,0%), soja em grãos (-2,0%), arroz (-9,9%) e celulose (-13,4%).
No cenário dos mercados de destino dos produtos do agro brasileiro, os 10 principais países que mais cresceram suas importações foram: Rússia (US$ 190,5 milhões a mais que em junho de 2013), Venezuela (US$ 179,3 mi), Países Baixos (US$ 178,4 mi), Estados Unidos (US$ 168,9 mi), França (US$ 106,8 mi), Emirados Árabes (US$ 70,8 mi), Espanha (US$ 65,0 mi), Alemanha (US$ 62,9 mi), Romênia (US$ 46,4 mi) e Irã (US$ 41,9 mi). Juntos, estes dez países que mais cresceram, foram responsáveis pelo aumento de US$ 1,11 bilhão.

Estamos esperançosos, mesmo com uma anunciada super-safra nos EUA, aguardando aumento dos volumes exportados, bem como na recuperação da China nas importações brasileiras. Somado a isso, ainda temos grãos armazenados, a safra de cana de açúcar já começou e temos um dólar no patamar dos R$ 2,30. Cabe ainda nossas esperanças nos países em desenvolvimento que cada vez mais são importantes para as exportações do Brasil, quem sabe ainda dá para passar de US$ 100 bilhões em 2014.

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...