quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Adolfo Sachsida na Gazeta do Povo e o Ajuste Fiscal.

“O fato de que muitos políticos de sucesso são mentirosos não é exclusivamente reflexo da classe política, é também um reflexo do eleitorado. Quando as pessoas querem o impossível, somente os mentirosos podem satisfazê-las.” (Thomas Sowell)

De acordo com o Índice de Liberdade Econômica da Heritage Foundation, em 2018, o Brasil tirou nota 7,7 no quesito “saúde fiscal”, em 100 pontos possíveis. Sim, você leu certo: o Brasil não conseguir chegar a míseros dez pontos em 100 possíveis nesse item. O Rio de Janeiro é o carro-chefe da situação fiscal brasileira, já atrasa salários e só não está insolvente graças a recursos do Tesouro Nacional. Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte caminham para a mesma situação. Diversos outros estados e municípios adotam manobras fiscais duvidosas para continuarem honrando seus compromissos. Na União, a situação não é muito diferente: pesados déficits vem pressionando cada vez mais a dívida pública. A conta vai chegar em 2019.

Ajustar as contas públicas é uma necessidade. Deixemos claro um ponto: qualquer um que argumente pela não necessidade do ajuste fiscal está mentindo. O leitor pode discordar sobre como realizar o ajuste fiscal, mas de maneira honesta é impossível argumentar que as contas públicas estejam em ordem.

O debate fiscal é a discussão que precisa aparecer nas eleições desse ano, seja nas disputas por cargos no Executivo, seja nas eleições para deputados e senadores. Governadores precisam debater como farão o ajuste fiscal em seus respectivos estados; deputados e senadores precisam se posicionar sobre as medidas de ajuste que irão apoiar; e os candidatos a presidente precisam deixar claro como farão o ajuste fiscal e, por óbvio, como irão ajustar as contas da Previdência Social.

Políticos devem deixar claro se irão realizar o ajuste fiscal por meio de aumento de tributos, se irão cortar despesas (e quais despesas irão cortar), ou por qual combinação dessas alternativas pretendem ajustar o orçamento público. Precisam deixar claro se irão dar reajustes ao funcionalismo público, se irão contratar mais funcionários ou se irão tentar enxugar a folha de pagamento. Fundamental se posicionarem sobre a reforma da Previdência e sobre os programas públicos que serão mantidos ou encerrados.

Não existe mágica aqui: toda solução apresentará dor e custos. Não se trata de prometer benesses, mas sim de oferecer soluções viáveis para o problema fiscal ao menor custo social possível. E o eleitor é parte central do processo: votar em quem promete o impossível lhe dará em troca a eleição de um político mentiroso. Sejamos responsáveis: o debate fiscal honesto precisa marcar as eleições de 2018. Caso contrário, repetiremos 2014, quando uma “presidenta” que jurava não ser necessário o ajuste fiscal conduziu o país à maior crise econômica de sua história.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Brasil, um dos gigantes na corrupção 2018!

O Brasil teve uma forte piora no ranking que avalia a percepção da corrupção no mundo divulgado pela Transparência Internacional nesta quarta-feira. O país caiu 17 posições em comparação ao ano anterior e ocupa o 96° lugar na lista de 2017, que avaliou a corrupção do setor público em 180 países. Na escala que vai de zero (mais corrupto) a 100 (menos corrupto), o Brasil aparece com 37 pontos, três a menos que em 2016.

O país também se encontra na pior situação dos últimos cinco anos. Atualmente, o Brasil divide a 96ª posição com Colômbia, Indonésia, Panamá, Peru, Tailândia e Zâmbia. E fica atrás de países como Timor Leste, Sri Lanka, Burkina Faso, Ruanda e Arábia Saudita.

Desde 2014, o índice de percepção da corrupção (IPC) vem piorando no Brasil, que também deteriorou sua posição relativa a outras nações em desenvolvimento, como, por exemplo, os Brics. O país está agora à frente apenas da Rússia, que alcançou 29 pontos.

FGV: PIB 2017 cresceu 1% e atingiu o valor de R$ 6,51 trilhões.

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, cresceu 1% em 2017 e atingiu o valor de R$ 6,51 trilhões, segundo o Monitor do PIB da Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador, divulgado hoje (21), não é um dado oficial, já que o PIB é calculado oficialmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e será divulgado no dia 1º de março.

Segundo a FGV, o indicador cresceu depois de dois anos de retração, com resultados positivos na agropecuária (12,8%), indústria (0,1%) e no setor de serviços (0,3%). Entre os segmentos da indústria, a principal alta ficou com a extrativa mineral (4,5%). A construção teve a única queda dentro da indústria (-5%).

Entre os segmentos dos serviços, o destaque ficou com o comércio (1,8%). Também cresceram os grupos de transportes (1,1%), imobiliários (1%) e outros serviços (0,7%). Tiveram queda os serviços de informação (-1,7%), intermediação financeira (-1,6%) e administração pública (-0,6%).

Sob a ótica da demanda, o consumo das famílias, com alta de 1,1%, e as exportações, com avanço de 6%, foram os responsáveis pelo crescimento da economia brasileira. Os investimentos tiveram queda de 1,9% e o consumo do governo recuou 0,5%. As importações cresceram 4,9%.

Evangelist Billy Graham died at the age of 99.


terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Henrique Meirelles: Agenda econômica para 2018.

Com a impossibilidade de votar a Reforma da Previdência durante a intervenção federal no Rio de Janeiro (por se tratar de Projeto de Emenda Constitucional), definimos em conjunto com os líderes do Congresso uma pauta prioritária de votações de projetos na área econômica. Listo abaixo:

1. Simplificação tributária: Reforma do PIS/COFINS

2. Autonomia do Banco Central

3. Marco legal de licitações e contratos (PL 6814)

4. Nova lei de finanças públicas (PL 295)

5. Regulamentação do teto remuneratório (PL 6726)

6. Desestatização da Eletrobras (PL 9463)

7. Reforço das Agências Reguladoras (PL 6621)

8. Depósitos voluntários do Banco Central (PL 9248)

9. Redução da desoneração da folha (PL 8456)

10. Programa de recuperação e melhoria empresarial das estatais (PL 9215)

11. Cadastro positivo (PLP 441)

12. Duplicata eletrônica (PL 9327)

13. Distrato (PLS 774)

14. Atualização da Lei Geral de Telecomunicações

15. Extinção do Fundo Soberano

A maioria dos projetos já está tramitando no Congresso e são fundamentais para que o Brasil organize as contas públicas, seja mais competitivo e produza mais e melhor. Tudo isso vai refletir no crescimento e na geração de emprego e renda.

Obviamente que a reforma da Previdência segue sendo uma prioridade dentro da nossa agenda de reformas e no momento oportuno retornarão todos os esforços para sua aprovação.

BAFTA 2018: Os vencedores no quase Oscar 2018!

Confira abaixo em negrito a lista completa de vencedores:
Melhor filme
Me Chame Pelo Seu Nome
Dunkirk
O Destino de Uma Nação
A Forma da Água
Três Anúncios Para um Crime

Melhor diretor
Denis Villeneuve – Blade Runner 2049
Luca Guadagnino – Me Chame Pelo Seu Nome
Christopher Nolan – Dunkirk
Guillermo Del Toro – A Forma da Água
Martin McDonagh – Três Anúncios Para um Crime

Melhor atriz
Annette Bening – Film Stars Don't Die in Liverpool
Frances McDormand – Três Anúncios Para um Crime
Margot Robbie – Eu, Tonya
Sally Hawkins – A Forma da Água
Saoirse Ronan – Lady Bird: A Hora de Voar

Melhor ator
Daniel Day-Lewis – Trama Fantasma
Daniel Kaluuya – Corra!
Gary Oldman – O Destino de Uma Nação
Jamie Bell – Film Stars Don't Die in Liverpool
Timothée Chalamet – Me Chame Pelo Seu Nome

Melhor atriz coadjuvante
Allison Janney – Eu, Tonya
Kristin Scott Thomas – O Destino de Uma Nação
Laurie Metcalf – Lady Bird: A Hora de Voar
Lesley Manville – Trama Fantasma
Octavia Spencer – A Forma da Água

Melhor ator coadjuvante
Christopher Plummer – Todo o Dinheiro do Mundo
Hugh Grant – As Aventuras de Paddington 2
Sam Rockwell – Três Anúncios Para um Crime
Willem Dafoe – Projeto Flórida
Woody Harrelson – Três Anúncios Para um Crime

Melhor roteiro original
Corra!
Eu, Tonya
Lady Bird: A Hora de Voar
A Forma da Água
Três Anúncios Para um Crime

Melhor roteiro adaptado
Me Chame Pelo Seu Nome
The Death of Stalin
Film Stars Don't Die in Liverpool
A Grande Jogada
As Aventuras de Paddington 2

Melhor filme britânico
O Destino de Uma Nação
Três Anúncios Para um Crime
The Death of Stalin
God's Own Country
Lady Macbeth
As Aventuras de Paddington 2

Estreia notável de um cineasta britânico
The Ghoul – Gareth Tunley (roteirista/diretor/produtor), Jack Healy Guttman & Tom Meeten (produtores)
I Am Not a Witch – Rungano Nyoni (roteirista/diretor), Emily Morgan (produtora)
Jawbone – Johnny Harris (escritor/produtor), Thomas Napper (diretor)
Kingdom of Us – Lucy Cohen (diretor)
Lady Macbeth – Alice Birch (roteirista), William Oldroyd (diretor), Fodhla Cronin O'Reilly (produtor)

Melhor filme em língua não-inglesa
Elle
First They Killed My Father
A Criada
Sem Amor
O Apartamento

Melhor trilha sonora original
Blade Runner 2049
O Destino de Uma Nação
Dunkirk
Trama Fantasma
A Forma da Água

Melhor documentário
City of Ghosts
I Am Not Your Negro
Ícaro
Uma Verdade Mais Inconveniente
Jane

Melhor animação
Viva – A Vida é uma Festa
Com Amor, Van Gogh
Minha Vida de Abobrinha

Melhor fotografia
Blade Runner 2049
O Destino de Uma Nação
Dunkirk
A Forma da Água
Três Anúncios Para um Crime

Melhor edição
Em Ritmo de Fuga
Blade Runner 2049
Dunkirk
A Forma da Água
Três Anúncios Para um Crime

Melhor design de produção
A Bela e a Fera
Blade Runner 2049
O Destino de Uma Nação
Dunkirk
A Forma da Água

Melhor figurino
A Bela e a Fera
O Destino de Uma Nação
Eu, Tonya
Trama Fantasma
A Forma da Água

Melhor penteado e maquiagem
Blade Runner 2049
O Destino de Uma Nação
Eu, Tonya
Victoria & Abdul
Extraordinário

Melhor som
Em Ritmo de Fuga
Blade Runner 2049
Dunkirk
A Forma da Água
Star Wars: Os Últimos Jedi

Melhores efeitos visuais
Blade Runner 2049
Dunkirk
A Forma da Água
Star Wars: Os Últimos Jedi
Planeta dos Macacos: A Guerra

Melhor curta de animação britânico
Have Heart
Mamoon
Poles Apart

Melhor curta britânico
Aamir
Cowboy Dave
A Drowning Man
Work
Wren Boys

Estrela em ascenção
Daniel Kaluuya
Florence Pugh
Josh O'Connor
Tessa Thompson
Timothée Chalamet

IPEA: Investimentos terminam último trimestre com alta de 1,7%.

Os investimentos terminaram o quarto trimestre em crescimento, mas o resultado acumulado do ano ainda registrou queda. É o que aponta o Indicador Ipea Mensal de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). 

Esse indicador é composto pelos investimentos em máquinas e equipamentos, em construção civil e em outros ativos fixos e é considerado uma prévia do cálculo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A FBCF mostra se as empresas aumentaram ou não os seus bens de capital, ou seja, aqueles que servem para produzir outros bens. Por meio desse indicador, é possível saber se a capacidade de produção do país está crescendo e se os empresários estão confiantes no futuro.

Segundo os dados divulgados hoje (20) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a FBCF apresentou crescimento de 4,2% em dezembro em relação a novembro de 2017, na série com ajuste sazonal. Com esse resultado, o indicador de investimentos encerrou o quarto trimestre com alta de 1,7% sobre o trimestre anterior, também ajustado sazonalmente. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a FBCF atingiu patamar 2,4% superior ao verificado em dezembro de 2016. Já na comparação do quarto trimestre de 2017 com o mesmo período do ano anterior, o investimento registrou expansão de 3,3%. No resultado acumulado no ano de 2017, foi registrada queda de 2%.

Para o Ipea, o avanço da FBCF entre os meses de novembro e dezembro refletiu o “bom desempenho de todos os seus componentes”. “Após duas quedas consecutivas, o consumo aparente de máquinas e equipamentos (Came) – cuja estimativa corresponde à sua produção industrial doméstica líquida das exportações e acrescida das importações –, apresentou alta de 4,2% no último mês do ano. Entre os componentes do Came, enquanto a produção doméstica de bens de capital líquida de exportações cresceu 4,5%, o volume de importações registrou avanço de 5,6%, ainda na comparação dessazonalizada”, diz o Ipea.

O Ipea informa que o indicador de construção civil registrou o terceiro avanço consecutivo, com alta de 2% frente ao mês de novembro, na série livre de efeitos sazonais. O terceiro componente da FBCF, classificado como outros ativos fixos, contribuiu positivamente para o desempenho dos investimentos, registrando crescimento de 2% em dezembro.

Na comparação entre dezembro deste ano e o mesmo período de 2016, o Came registrou alta de 9,9% em dezembro, enquanto a construção civil avançou 0,5%. O componente outros ativos recuou 3,7%.

No Estadão: Affonso Celso Pastore e "O que está à nossa frente?"

O governo Temer se iniciou anunciando a construção de uma ponte para o futuro. Seu objetivo era a criação de condições para a retomada do crescimento sustentado.

Crescem mais os países que mais investem e que elevam a produtividade, mas por que alguns têm sucesso e outros fracassam? Usando a história econômica e a distinção entre instituições extrativistas e inclusivas, Acemoglu e Johnson (Why Nations Fail) mostram evidências de que os sucessos de desenvolvimento sustentado somente ocorrem quando as instituições políticas e econômicas são inclusivas, isto é, voltadas para os interesses da maioria da população, e fracassam quando permitem que minorias “extraiam” permanentemente recursos em benefício de partidos e amigos que apoiam o governo.

O Brasil não chegou ao extremo extrativista que inviabilizou o crescimento de muitos países, mas a política econômica desde o segundo mandato de Lula, e os resultados das apurações da Lava Jato mostram que enveredávamos por esse caminho. Dois exemplos são: o direcionamento de investimentos com retornos sociais duvidosos a empresas como a Odebrecht; e o crédito abundante aos “campeões nacionais”, como a JBS, ambos fornecendo propinas para abastecer partidos da base aliada.

Para voltar a crescer era preciso retornar à ética na política e basear as decisões no princípio que todos são iguais perante a lei; preservando o direito de propriedade; garantindo a execução rápida da justiça, e dando ao setor privado os incentivos corretos, que na definição de Zingales (Capitalism for the People) levam a políticas “pró-mercado” e não “pró-negócios”. Uma redução de impostos estimulando todo e qualquer investimento é um exemplo de política “pró-mercado”. Já a desoneração da folha para setores escolhidos arbitrariamente; ou a redução do IPI no Inovar-Auto; ou a decisão de construir aRrefinaria Abreu e Lima, caracterizam políticas “pró-negócios”, que elevam os lucros dos beneficiados, mas não a produtividade e o crescimento econômico.

O Brasil progrediu nesse campo. Um exemplo é o disciplinamento do BNDES abandonando a concessão de créditos com subsídios implícitos não justificáveis pela divergência entre retornos sociais e privados. O outro é a melhoria na governança da Petrobrás, que deixou de ser uma “supridora indireta” de recursos que abasteciam os cofres de alguns partidos, e readquiriu o poder de repassar ao mercado as variações nos preços internacionais do petróleo, defendendo sua capacidade de investir na busca de petróleo.

Progredimos, também, com a reforma que corrigiu a rigidez no mercado de trabalho. Mais do que tudo, progredimos na execução da política monetária, e se hoje temos a expectativa de um crescimento do PIB de 3% em 2018, devemos isso ao Banco Central. Porém, a médio prazo a tarefa do Banco Central será impossível caso não se consiga progredir na reforma fiscal. O congelamento dos gastos primários em termos reais foi apenas um sinal, indicando o rumo, cujo cumprimento requer que sejam aprovadas reformas – nos campos dos tributos e das despesas primárias - a mais importante das quais é a da previdência.

Estivemos próximos de aprová-la, mas os acontecimentos de maio de 2017 começaram a fechar a janela de oportunidade, que praticamente acabou de se fechar com a intervenção no Rio de Janeiro. Não tenho nenhuma simpatia pela teoria de que uma conspiração de corporações contrárias à reforma da Previdência deliberadamente forjou a denuncia que enfraqueceu o presidente. Na minha interpretação Temer é muito mais um ator responsável pelos acontecimentos do que uma vítima das circunstâncias. Seu fracasso veio da contradição entre uma atitude “inclusiva” no campo das reformas na economia, com a manutenção de um comportamento próximo do “extrativismo” no campo da política. Como, a 10 meses de uma eleição, poderia ser aprovada uma reforma altamente impopular proposta por um governo igualmente impopular?

Precisamos acentuar o compromisso com o fortalecimento de instituições que estimulem o crescimento e a redução das desigualdades de renda e riqueza. Para isso precisamos de um governo apoiado por uma coalizão comprometida com as reformas e com a ética.

* EX-PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL E SÓCIO DA A.C. PASTORE & ASSOCIADOS

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Bacen: Estimativa do PIB 2018 em 2,80%.

O mercado financeiro reduziu a projeção de inflação e aumentou a expectativa de crescimento da economia para este ano, de acordo com o boletim Focus, divulgado hoje (19) pelo Banco Central, em Brasília.

A expectativa do mercado é que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - a inflação oficial do país - fique em 3,81% em 2018, uma redução em relação aos 3,84% projetados na semana passada.

A estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, deste ano aumentou, passando de 2,70% da semana passada  para 2,80%.

A expectativa do mercado para o crescimento da economia segue, no entanto, menor que a estimativa do governo, que estima um PIB de 3% para 2018.

Para 2019, no entanto, as projeções foram mantidas em relação à última publicação. Para o mercado, a expectativa é que o PIB do ano que vem seja de 3%. A expectativa para a inflação foi mantida em 4,25%.

O Boletim Focus é lançado no início da semana com a média das expectativas de bancos, instituições financeiras, consultorias e empresas sobre os principais indicadores relacionados à economia brasileira, como os diversos índices de inflação, o Produto Interno Bruto, a taxa de câmbio e a taxa de juros básica da economia, a Selic.

Edição: Kleber Sampaio

Bacen: IBC-Br registra crescimento de 1,04% em 2017.

O nível de atividade econômica no país registrou crescimento de 1,04% em 2017, em comparação com 2016, segundo o  Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) divulgado hoje (19) pelo Banco Central (BC).

O indicador foi criado pelo BC para tentar antecipar, por aproximação, a evolução da atividade econômica. Mas o indicador oficial é o Produto Interno Bruto (PIB), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que será divulgado em março.

O valor aproxima-se da projeção do governo para 2017, divulgada em dezembro do ano passado, de 1,1%. A expectativa do mercado financeiro, de acordo com o boletim Focus, do BC, é de 1%.

Em dezembro, o nível de atividade econômica no país continuou a registrar crescimento, de 1,41% em relação a novembro. Esse foi o quarto mês seguido de alta do indicador. O crescimento mensal refere-se ao IBC-Br dessazonalizado, ou seja, ajustado para o período.

O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica brasileira e ajuda o Banco Central a tomar decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic. O índice inclui informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária, além do volume de impostos.

Edição: Graça Adjuto

Bacen: Focus 16/02/2018.


sábado, 17 de fevereiro de 2018

Celso Ming no Estadão: Tranca no bitcoin.

Autoridades do mundo inteiro parecem alarmadas com as portas arrombadas pelo bitcoin e pelas demais criptomoedas. Querem agora providenciar as trancas. Mas não estão seguras sobre o que fazer.

Até recentemente essas criaturas digitais não despertavam mais do que curiosidade – e cobiça. Eram consideradas ou anomalias monetárias ou uma dessas tantas novidades de fôlego curto. Mas, nove anos depois de lançado o pioneiro bitcoin, esse segmento alcança valor de mercado de US$ 180 bilhões, já comparável com o ativo global em diamantes, quantificado em alguma coisa ao redor dos US$ 250 bilhões.

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, advertiu dia 12 que essas moedas foram beneficiadas pelo vácuo regulatório e se tornaram “sistemas de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo”. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, foi claro durante a reunião do Fórum Econômico Mundial: “Embora encoraje o financiamento à tecnologia e a inovação, quero ter certeza de que os mercados financeiros são saudáveis e não são usados para atividades ilícitas”. Também a primeira-ministra da Grã-Bretanha, Theresa May, avisou que seu governo encara as criptomoedas com muita seriedade, porque “têm sido usadas por criminosos”.

Japão, China, Coreia do Sul e Índia já vêm impondo restrições ao lançamento e às transferências de criptomoedas, fator que aparentemente tem sido a causa da enorme volatilidade das cotações.

Alemanha e França, por sua vez, pretendem discutir na reunião de cúpula de chefes de Estado e presidentes de bancos centrais do Grupo dos 20, a ser realizada em março na Argentina, propostas para regulamentar esse novo segmento.

Por aí se vê que a principal preocupação das autoridades não é coibir a proliferação de criptomoedas (hoje são 1,5 mil) e, assim, eliminar a ameaça de quebra do monopólio estatal de emissão de moeda, mas impedir que sejam usadas para atividades ilícitas.

Na terça-feira, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, remou contra essa corrente: “Não é responsabilidade do BCE regular bitcoin”. Não é o que pensa a cúpula do BIS (Bank for International Settlements), que atua na compensação de pagamentos entre bancos centrais. Em documento disse o contrário: os bancos centrais devem preparar-se para intervir.

Mas como intervir? As primeiras sugestões são de identificar os que lidam com essas moedas: os que “mineram”, os que as adquirem nos lançamentos (ICOs - Inicial Currency Offer) e os que as renegociam. Mas não ficam nisso. Chegam até a proibir seu funcionamento.

Há duas limitações importantes para essas iniciativas oficiais. A primeira é a de que a própria natureza das criptomoedas é global, descentralizada e garantidora do anonimato. Se for proibida nos grandes países, sabe-se lá por que mecanismos, nada a rigor impediria que as transações continuassem de qualquer ponto do globo ou da nuvem cibernética. O que as autoridades podem tentar com mais eficácia é proibir as ICOs, os lançamentos no mercado financeiro destinados a arrecadar dólares para iniciar uma nova criptomoeda.

A outra grande limitação – e risco – é a de que uma regulamentação abrangente e supostamente eficaz iniba o desenvolvimento tecnológico e a inovação, o que seria desastroso para todos.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Previsões para 2018: PIB, inflação, dólar e Selic.

Um grande banco brasileiro estima para o final deste 2018 os seguintes números:

PIB: 3,0%

Taxa de Inflação (IPCA): 3,66%

R$/US$ final do ano: R$ 3,30

Taxa Selic final do ano: 6,75% 

A conferir em 31/12/2018!

IBGE: Serviços fecham 2017 com queda de 2,8%.

O volume de serviços no Brasil caiu 2,8% em 2017, na comparação com o ano anterior. Já a receita nominal fechou o ano com alta de 2,5%. Os dados constam da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada hoje (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em dezembro de 2017, o setor de serviços cresceu 1,3% em volume na comparação com novembro. Na comparação com dezembro de 2016, o volume cresceu 0,5% e interrompeu uma sequência de 32 quedas consecutivas.

“Estávamos desde março de 2015 sem resultados positivos [na comparação do mês com o mesmo período do ano anterior]. É um resultado só, não podemos ainda afirmar que se trata de uma recuperação. Mas, lógico, é um fato positivo. Por enquanto, só podemos ver essa reação no segmento de transportes”, disse o gerente da pesquisa, Roberto Saldanha.

A receita nominal cresceu 0,9% na comparação com novembro e 5% na comparação com dezembro de 2016.

No Estadão: Os juros e o cenário de riscos.

Fundamental para o crescimento econômico e para a estabilidade de preços, a política de juros, conduzida no dia a dia pelo Banco Central (BC), depende dos Três Poderes, embora esse fato seja raramente citado nas discussões. Haveria maior segurança para novos cortes da taxa básica, a Selic, se pelo menos a base do governo apoiasse a pauta indispensável à correção das finanças públicas e à expansão segura dos negócios e do emprego. As próximas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) dependerão, naturalmente, de vários fatores, como o cenário global, o ritmo da atividade interna e a evolução dos preços, talvez até com a surpresa de uma inflação menor que a prevista. Mas a gestão das contas oficiais e as perspectivas de avanço ou retrocesso na área fiscal são uma referência permanente para a formulação da política de moeda e crédito.

A importância desse tema foi acentuada mais uma vez na ata da última reunião do Copom, divulgada ontem. Os membros do comitê, diretores do BC, definiram as condições para interrupção ou continuação do corte de juros quando se reunirem nos dias 20 e 21 de março.

Se a inflação evoluir de acordo com o cenário básico e a recuperação econômica se tornar mais firme, os juros serão mantidos em 6,75%. Uma piora do quadro internacional também será considerada um bom motivo para interrupção dos cortes. Em contrapartida, o afrouxamento poderá continuar se a inflação subjacente continuar “em níveis confortáveis ou baixos”, com possibilidade de mais preços contidos em níveis muito moderados.

Mas há outra possibilidade, especialmente interessante, de condições propícias a nova diminuição dos juros. A linguagem é um tanto complicada, mas vale a pena enfrentá-la. Se alterações do cenário tornarem menos prováveis um “aumento dos prêmios de risco” e a “consequente elevação da trajetória prospectiva da inflação”, o Copom poderá ter espaço para baixar de novo o custo do crédito.

Para decifrar o recado, é preciso recorrer a outras passagens da ata. Os tais prêmios de risco podem subir, por exemplo, se as condições internacionais piorarem, o dólar subir em relação ao real e a mudança do câmbio pressionar os preços para cima. Mas os prêmios de risco podem também subir se houver “frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários”. No pior caso, a deterioração do quadro externo pode ser combinada com a frustração das expectativas quanto a ajustes e reformas.

O quadro inverso poderá ocorrer, tornando menos prováveis os tais prêmios de risco, se as condições internacionais continuarem benignas e houver perspectiva de avanço no quadro fiscal. Também poderá ocorrer, de modo menos completo, se o programa de ajustes e reformas for levado adiante. O recado é claro. Em qualquer caso, a perspectiva de superação dos problemas fiscais dará mais espaço a uma política mais branda, ou menos dura.

O quadro externo é descrito como ainda favorável, mas a ata menciona a volatilidade recente no mercado financeiro. Quanto a isso, o texto é mais completo que o da nota distribuída após a reunião do Copom. Também é mais claro e mais completo quando apresenta a advertência mais séria. A ata menciona o risco de “um revés nesse cenário internacional benigno num contexto de frustração das expectativas sobre as reformas e ajustes necessários”.

Ocorreria, nesse caso, uma das piores combinações imagináveis nas condições atuais. Um choque provocado por um forte aperto nas finanças internacionais atingiria um Brasil fragilizado por uma crise fiscal sem perspectiva de superação num prazo razoável. Essa possibilidade é mencionada no fim do 13.º parágrafo da ata.

Diante dessa hipótese, torna-se menos importante saber se a redução de juros será interrompida na próxima reunião do Copom. Muito mais premente é saber se o Brasil, no caso de um choque, terá fundamentos sólidos para suportá-lo. Não terá, se a pauta de reformas continuar empacada. Reservas de US$ 380 bilhões ajudarão a aguentar o tranco, mas por quanto tempo?

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Em 2018 o 90º Oscar: No dia 04 de março, os melhores do cinema!

This year's Oscars will be awarded on Sunday, March 4, 2018, at the Dolby Theatre in Hollywood, airing at 8 p.m. EST on ABC.  Here's the full list of nominees:

BEST PICTURE

Call Me by Your Name

Darkest Hour

Dunkirk

Get Out

Lady Bird

Phantom Thread

The Post

The Shape of Water

Three Billboards Outside Ebbing, Missouri

ACTOR IN A LEADING ROLE

Timothée Chalamet, Call Me by Your Name

Daniel Day-Lewis, Phantom Thread

Daniel Kaluuya, Get Out

Gary Oldman, Darkest Hour

Denzel Washington, Roman J. Israel, Esq.

ACTOR IN A SUPPORTING ROLE

Willem Dafoe, The Florida Project

Woody Harrelson, Three Billboards Outside Ebbing, Missouri

Richard Jenkins, The Shape of Water

Christopher Plummer, All the Money in the World

Sam Rockwell, Three Billboards Outside Ebbing, Missouri

ACTRESS IN A LEADING ROLE

Sally Hawkins, The Shape of Water

Frances McDormand, Three Billboards Outside Ebbing, Missouri

Margot Robbie, I, Tonya

Saoirse Ronan, Lady Bird

Meryl Streep, The Post

ACTRESS IN A SUPPORTING ROLE

Mary J. Blige, Mudbound

Allison Janney, I, Tonya,

Lesley Manville, Phantom Thread

Laurie Metcalf, Lady Bird

Octavia Spencer, The Shape of Water

BEST DIRECTOR

Dunkirk, Christopher Nolan

Get Out, Jordan Peele

Lady Bird, Greta Gerwig

Phantom Thread, Paul Thomas Anderson

The Shape of Water, Guillermo del Toro

ANIMATED FEATURE FILM

The Boss Baby

Breadwinner

Coco

Ferdinand

Loving Vincent

DOCUMENTARY FEATURE

Abacus: Small Enough to Jail

Faces Places

Icarus

Last Men In Aleppo

Strong Island

DOCUMENTARY SHORT

Edith+Eddie

Heaven is a Traffic Jam on the 405

Heroin(e)

Knife Skills

Traffic Stop

FOREIGN LANGUAGE FILM

A Fantastic Woman, Chile

The Insult, Lebanon

Loveless, Russia

On Body and Soul, Hungary

The Square, Sweden

WRITING (ADAPTED SCREENPLAY)

Call Me by Your Name

The Disaster Artist

Logan

Molly's Game

Mudbound

WRITING (ORIGINAL SCREENPLAY)

The Big Sick

Get Out

Lady Bird

The Shape of Water

Three Billboards Outside Ebbing, Missouri

ORIGINAL SONG

"Mighty River," Mudbound

"Mystery of Love," Call Me by Your Name

"Remember Me," Coco

"Stand Up for Something," Marshall

"This is Me," The Greatest Showman

PRODUCTION DESIGN

Beauty and the Beast

Blade Runner 2049

The Darkest Hour

Dunkirk

The Shape of Water

CINEMATOGRAPHY

Blade Runner 2049

Darkest Hour

Dunkirk

Mudbound

The Shape of Water

COSTUME DESIGN

Beauty and the Beast

Darkest Hour

Phantom Thread

The Shape of Water

Victoria & Abdul

SOUND EDITING

Baby Driver

Blade Runner 2049

Dunkirk

The Shape of Water

Star Wars: The Last Jedi

SOUND MIXING

Baby Driver

Blade Runner 2049

Dunkirk

The Shape of Water

Star Wars: The Last Jedi

MUSIC (ORIGINAL SCORE)

Dunkirk

Phantom Thread

The Shape of Water

Star Wars: The Last Jedi

Three Billboards Outside Ebbing, Missouri

SHORT FILM (ANIMATED)

Dear Basketball

Garden Party

Negative Space

Lou

Revolting Rhymes

SHORT FILM (LIVE ACTION)

DeKalb Elementary

The Eleven O'Clock

The Silent Child

All of Us

My Nephew Emmett

VISUAL EFFECTS

Blade Runner 2049

Guardians of the Galaxy Vol. 2

Kong: Skull Island

Star Wars: The Last Jedi

War for the Planet of the Apes

FILM EDITING

Baby Driver

Dunkirk

I, Tonya

The Shape of Water

Three Billboards Outside Ebbing, Missouri

MAKEUP AND HAIRSTYLING

Darkest Hour

Victoria & Abdul

Wonder

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...